Enquanto alguns artistas lutam por anos para chegar às novelas, outros chegam à teledramaturgia de forma repentina e inesperada. Foi o caso de Juliana Xavier. Em 2006, a partir de um convite do tio e padrinho Tiago Santiago ¿ na época autor e supervisor de dramaturgia da Record ¿, a atriz participou de um teste para a novela Bicho do Mato. E, pelo menos até aquele momento, jamais cogitara seguir carreira na televisão.
"Não tinha a menor noção. Era um mundo completamente diferente do que eu conhecia", ressalta a intérprete da romântica Beatriz de Rebelde.
Mas tão logo se mudou de Penedo, na região serrana do Rio de Janeiro, para a capital do estado, a atriz quis aproveitar a oportunidade e iniciou as aulas no Teatro Tablado - famosa escola carioca de interpretação fundada por Maria Clara Machado - para fazer jus à indicação. Na trama de Margareth Boury, a atriz interpreta uma jovem que vive conflitos típicos da adolescência, que envolvem namoro, liberdade e escola. Na atual temporada da novela ¿ a segunda ¿, Juliana acredita que a personagem tenha ganhado uma postura mais forte e contestadora.
"Ela deixou de usar um estilo muito menininha e começou a adotar um visual mais maduro", analisa.
No entanto, apesar de representar dúvidas e dilemas pertinentes aos jovens, Juliana sente que Beatriz é uma jovem de 15 anos "à moda antiga", que contrasta com o estilo mais sagaz e ousado das adolescentes de hoje.
"Ela é mais comportadinha. Não se veste e age como as meninas de 15 anos que vejo nas ruas", aponta, aos risos.
Com a continuação de sua personagem em Rebelde, a atriz já está acostumada a participar de produções longas. Antes, ela já havia interpretado a jovem Ágata durante os três anos da trilogia Mutantes - Caminhos do Coração, também da Record. Aos 17 anos, Juliana sentiu facilidade para interpretar uma personagem mais nova. Principalmente por já ter vivenciado boa parte das experiências que grava em cena. Durante a concepção do papel, a atriz lembrou bastante de como agia quando tinha 14 e 15 anos. Ainda mais que Beatriz, filha adotiva, não entrou em conflito com essa questão, o que foi um alívio para a Juliana.
"É mais fácil trabalhar com ela sabendo a verdade desde o começo do que descobrir ao longo da trama. Talvez essa situação fosse exigir demais de mim como atriz", assume.
Mesmo tratando-se de uma novela adolescente, o que realmente repercutiu nas cenas de Juliana emRebelde foi o caso de alcoolismo do pai Alceu, vivido por Antonio Pompêo. Em diferentes momentos, a atriz foi abordada nas ruas por pessoas que viviam o mesmo drama pessoal em casa.
"Quando me confidenciavam alguns assuntos era como um choque de realidade. Ao interpretar o papel, a gente pensa que é muito simples, mas depois vê o quão densa a história pode se tornar", explica a atriz, que pesquisou sobre situações reais de alcoolismo nas quais a família era a principal afetada.
Irmã do também ator Ricky Tavares, Juliana considera como principal inspiração seu outro irmão, o produtor e diretor Dharck Tavares.
"Acho que todo mundo tem a veia artística na família, mas acaba descobrindo mais tarde", brinca a atriz, que não tem dúvida de qual curso seguir quando terminar o Ensino Médio, no final deste ano.
"Quero explorar minha capacidade em outros meios. Partir mais para a área de direção e produção", completa ela, que vai prestar vestibular para Cinema. Com uma família repleta de artistas, os conselhos e dicas são muito comuns entre os irmãos. "A gente costuma se assistir, comentar e dar toques um para o outro. Opinião de irmão é sempre para o bem. Afinal, nós queremos nos ver crescendo profissionalmente", avalia.
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